Hoje, chegando do almoço, olhei o relógio.
Meio dia em ponto.
Inevitavelmente pensei: ele gosta de mim!
Quem?
Este resquício de infância me fez lembrar de tudo o que eu acredito.
1. Não deixo sapato virado pra baixo
2. Tenho anústia de quebrar espelho
3. Não gosto que varram meu pé
4. Eu rezo quando tenho pesadelos
5. Não gosto de falar "azar" e sim "má sorte". Meu avó ensinou...
6. Isolo três vezes na madeira qualquer pensamento ruim
7. Eu não acredito no "pensamento positivo", mas tenho medo do negativo...
8. Dá arrepio cruzar um gato preto
9. Por via, não passo em baixo das escadas
10. Não uso roupa do avesso, atrasa a vida
11. Orelha direita ardendo: alguém falando bem de mim
12. Orelha esquerda: falando mal
13. Fecho da correntinha do lado direito: um loiro pensando em você
14. Fecho do lado esquerdo: um moreno (ou vice-versa)
15. Não falar a palavra "maldito" ou derivados
16. Não presta matar louva-deus
17. Eu realmente dou os três pulinh…
Das ficções penduradas pelo meu quarto esta é a única que não fala diretamente do amor. Apesar de que todos estes caracóis e bolinhas coloridas como flores só me fazem pensar nele.
Dá pra perceber também que esta árvore da vida ultrapassa as molduras que puseram pra ela, num corcovear infinito de vais e vens, quase mesmo que nem a vida. Alguns galhos desta árvore mítica produziram uns frutinhos, que parecem ter dois olhos egípcios, os quais eu não consigo interpretar.
Sentado quietinho, de costas pra nós, está o urubu, ou o corvo, ou uma coruja, ou mesmo um assum preto. Ele, de vez em quando, se alimenta dos frutinhos com olhos egípcios. Neste dia morre um monte de gente.
Depois parece que ele faz cocô e fertiliza o chão ali embaixo, e mais bolinhas coloridas vão crescendo como flores. Nesse dia nasce mais um monte de gente e os galhos da árvore se contorcem de alegria...
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beijocas amor